quarta-feira, 16 de agosto de 2023

A Bíblia que não é pregada:


 






 Existem muitos textos bíblicos que não são pregados, hoje vou me ater em somente um, porque senão seria demasiadamente extensa esta postagem, o texto:

Atos 20 33 De ninguém cobicei prata, nem ouro nem roupas. 34 Vós mesmos sois testemunhas que estas mãos trabalharam para suprir minhas necessidades e as de meus companheiros. 35 Por meio de todas as minhas realizações, tenho-vos mostrado que, mediante trabalho árduo, devemos cooperar com os necessitados, lembrando as palavras do próprio Senhor Jesus: ‘É mais bem-aventurado dar do que receber’”.

Motivos por qual esse texto não é pregado e´ bastante  óbvio, Paulo adverte a não buscar facilidades materiais e financeiras dos que estão chegando ao Evangelho. Infelizmente a igreja (com i minúsculo) como instituição não pode seguir a instrução de Paulo.

A partir do livro de Atos 4, você verá no começo da Igreja, que os que estão se convertendo ao cristianismo estão dispostos a derramar sobre os pais da Igreja (os apóstolos) todos os seus pertences em apoio a essa nova fé (para eles). Paulo sabendo disso e sendo um homem verdadeiramente de Deus, adverte para que os seus não cobicem os bens materiais dos novos na fé, dos que estão chegando. Imagine se ele fosse um “pastor” dos dias atuais (com raras exceções, tenho amigos pastores e creio que alguns estejam nessas exceções). Ele não estava interessado em crescer a igreja, construir templos, enriquecer e muito menos estava preocupado com o seu salário no final do mês. Alias, diga se de passagem, Paulo TRABALHAVA, e como diz o texto, trabalhava muito, ARDUAMENTE, inclusive para sustentar os que estavam com ele: "Vos mesmos sois testemunha que estas mãos trabalharam para suprir minhas necessidades e de meus companheiros"

(2 Tess 8) “ nem comíamos de graça dos alimentos de ninguém; pelo contrário, trabalhávamos dia e noite com esforço e fadiga, a fim de não sermos pesados a nenhum de vós;

(Trabalhava tanto no ministério quanto para sustentar a si mesmo e aos outros que estavam com ele, “para suprir minhas necessidades e as de meus companheiros”.) Ele não tinha férias e nem ia pra Orlando com os filhos; ele não deixava de ser Apostolo e nem desligava o “telefone celular”.

Paulo tinha o direito e poderia pedir dinheiro, salário, pelo seu trabalho (1Tim 5:18 “ o obreiro é digno de seu salário”), sim, mas se Paulo tinha o direito (e os pastores também tem), TODOS, até o pessoal da faxina também deveriam ter, pois todos são obreiros, mas não é isso que acontece. “Mas o pastor trabalha em tempo integral os outros não.” Essa alegação é equivocada porque trabalho é trabalho e é trabalho, não importa quanto tempo dure... Voltando, mesmo com esse direito, Paulo optou por trabalhar duramente para que desse exemplo a todos os trabalhadores da obra. 2Tess9 não porque não tivéssemos esse direito assegurado, mas por que era nosso objetivo vos oferecer exemplo em nós mesmos, a fim de nos imitardes.” …

***Obs: Ele pediu que o imitassem trabalhando fora do ministério para se sustentar. Quantos pastores fazem como Paulo ou seguem essa sua recomendação? Todos sabemos a resposta...

Logo, se o objetivo de Paulo fosse ter um ótimo emprego de apóstolo, ganhar seu dinheiro, viver tranquilamente, gozar de férias, décimo terceiro, abono e a segurança da CLT, ele poderia ter se valido disso e viver recitando o trecho de Malaquias 3:10, ganhando muito dinheiro.

Entretanto ele não o fez porque ele sabia o quão importante era seu ministério e não se deixou manchar com o que se opunha a verdade e o sentido do Evangelho para com os necessitados (espirituais e também materiais).

O que o impulsionou a trabalhar e dar exemplos de vida e conduta senão uma convicção verdadeira do que era a Igreja a qual lhe foi revelada? E se ele realmente acreditava que era verdade, é, em suas circunstâncias, uma forte prova aos seus ouvintes de que essa era uma religião verdadeiramente do céu. O que está faltando a muitos pastores atuais para seguir Paulo; vocação, convicção, conversão, coragem ou disposição de trabalhar? (Falta outra coisa? Diz ai nos comentários...)

Não, isso não é direcionado a ninguém especificamente é apenas uma reflexão de alguém que viu outro alguém sendo literalmente destruído numa comunidade de uma igreja dita “cristã”, apenas por pensar diferente, que “não acreditava em pastor profissional ou igreja instituição”. Lamentavelmente, não houve um pastor sequer para defendê-lo ou ensina-lo, talvez contradize-lo se fosse o caso. Creio que isso não aconteceu, pois ninguém quer se indispor com as ovelhas dizimistas. Pois bem, se o caso é esse, eu também não acredito em igreja instituição e pastor profissional; se acreditasse provavelmente estaria pastoreando uma grande igreja, pois preparo e chances eu tive, mas ao não aceitar isso, dei voz a minha convicção!

Uma coisa é certa: muitos (nem todos, graças a Deus!) servem se dessas argumentações falhas, que procuram utilizar prescrições da lei cerimonial cumprida em Cristo ou da lei judicial de Israel, de caráter temporal para aquela nação, (que nem os judeus desta era cumprem) a fim de manter suas estruturas. Infelizmente, quando o fazem, mais afastam do que trazem quem precisa conhecer a Cristo, fazem um desserviço aos que entram pelas portas dos templos, onde chegam pagando ao invés de ouvir sobre Jesus e as boas novas. 

Assim, alguns impõem, com ameaças de maldições, às pessoas o propósito de contribuir e dizimar; ou para acumular riqueza e manter seus empregos assalariados, ou no melhor dos casos para cobrir suas despesas estruturais (templos que Deus não ordenou), que até onde eu entendo, é justo – pois é mais um local para uma reunião dos santos. O que não é justo é justificar o injustificável como “verdade da religião cristã e seus dogmas" como se fossem ordenados por Deus.

Fica aqui essa pequena reflexão e o discurso apresentado no apelo de Paulo aos seus ouvintes. Compreendam que qualquer chamado “obreiro” que de outra maneira faz (senão a do apostolo), é muito fácil ser contradito, como era a intenção de Paulo evitar. Se os obreiros, pastores, padres, bispos, etc., tivessem a noção e soubessem o mal que carregam essas imposições e atitudes, como elas afastam as pessoas da Igreja de Cristo, deveriam ter uma atitude diferente. Aqueles pois necessitados (os que Paulo diz que deveriam ter as necessidades supridas pelas ofertas aos santos) ficam envergonhados por não poder dizimar ou contribuir; assim, essas pessoas que mal tem condições de subsistência são afastadas da “igreja” por esse escândalo que eles promovem.

Uma pessoa me disse uma vez: “Tenho vergonha de não ter dinheiro para colocar na salva”, outra disse: “como irei se naquele lugar me amaldiçoam com pragas?” O preço para teoricamente ouvir Jesus ou sua Palavra é o constrangimento? Creio que não, e uma coisa é certa: um dia Deus colocará ordem em todas as coisas e fará justiça, a Sua justiça. Portanto, preste bem atenção no que se prega na sua igreja; sempre compare com a Bíblia, pois instituição ou homem algum fora da inspiração bíblica de Deus, escreveu um trecho sequer que seja útil se o mesmo não estiver arraigado e fundamentado na Palavra.

Deus abençoe a todos!

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 Nelson Filho