domingo, 15 de julho de 2018

O que pregaremos ao mundo?













“Evangelho”

Uma palavra de origem grega que significa “Boas Novas ou Boas Notícias.”
Segundo o dicionário é  o “conjunto de ensinamentos de Jesus Cristo” que estão inseridos no Novo Testamento. Aquele que evangeliza leva então as boas novas aos homens.

Muitas vezes tenho me perguntado qual é a mensagem que temos levado aos homens, se são as boas  novas para uma vida apenas futura ou boas novas para uma vida abundante, não de bens mas de paz e hoje.

Quando eu tive a percepção da eternidade; de uma vida eterna no paraíso, muitas coisas deixaram de fazer sentido pra mim, abandonei muitos planos, muitas paixões materiais. Uma delas era minha paixão insana por carros, trabalho, dinheiro entre outras coisas. Comecei cultivar outros valores; espirituais e de relacionamento que até então eu nem me preocupava. A partir  desta percepção comecei dar mais valor a Palavra, a família, amigos, pessoas e relacionamentos.

De certa forma foi bom porque muitas coisas começaram a fazer mais sentido, por outro lado o mundo que fazia sentido até então ainda continuava ao meu redor sem que eu pudesse me afastar totalmente dele. Todos precisamos de trabalho, dinheiro, casa, objetos materiais para mantermos nossa vida aqui nesta terra até que chegue a eternidade.

Hoje vemos muitos pastores pregando um mundo totalmente aqui e agora, um evangelho material com sua teologia da prosperidade que só faz decepcionar pessoas com o “anti-evangelho” inalcançável, não bíblico. Algo que afasta as pessoas do Deus verdadeiro, que as apresenta um deus que não existe.

Por outro lado se pregamos um mundo totalmente espiritual no futuro, no porvir, isso poderá fazer bastante sentido para quem estiver em seu leito de morte ou bastante idoso, ou ainda que tenha maturidade espiritual suficiente para compreender as coisas. Entretanto talvez essa pregação não faça sentido a aquele jovem adolescente que tem a vida toda cheia de sonhos pela frente, ou a aquele pai que precisa pagar as contas amanhã.
Se o fato de  não apresentar as soluções que as pessoas precisam através da pregação é questionável em alguns casos, piores ainda são as pregações teológicas.
Sejam de quais tipos forem tais pregações poderão fazer muito bem aos que gostam de  estudar teologia, mestres, professores e lideres na igreja porém não acrescentará nada a quem ainda não conhece a Jesus.
Certa vez levei uma jovem não convertida a igreja, o pastor  pregou por uma hora sobre o o monergismo, homem caído, depravação total, morte, condenação, pecados específicos e conceitos de sua linha teológica. Foi a pior coisa que eu fiz. Após o culto ela me disse que o pregador era muito chato e homofóbico e que ela não havia entendido nada além disso. Sinceramente eu tive que concordar com a jovem, nas partes que eu não bocejei estava me perguntando onde esse tipo pregação levaria.

Sim, o pecado, inferno e a perdição eterna são reais e não se pode deixar que as pessoas vivam na ignorância, mas não creio que seja a melhor maneira apresentar Jesus como solução.

Alguém acredita que um jovem com toda a vida pela frente está pensando mesmo em eternidade ou morte não planejada?
Ou que um pai de família desempregado cheio contas pra pagar na segunda-feira achará sentido em um mundo que pra ele naquele momento é apenas "faz-de-conta" num futuro distante? Ou o doente precisando de um tratamento caro e urgente que não pode pagar, está mesmo pensando em morrer sem antes tentar viver?

O jovem precisa do Evangelho que responda seus anseios, duvidas e conflitos próprios de sua idade. Ele precisa de algo que o ajude a encontrar as tantas respostas que ele busca. O pai precisa descobrir como ele cobrirá todas as contas que ele tem que quitar. O doente precisa curar suas enfermidades, ou seja,  cada qual com seu problema precisa de uma resposta especifica.
Oras, o Evangelho além da vida eterna, também contém as respostas que enchem o coração de paz assim como também contém a esperança de milagre para o aflito.

O que é que tem em comum entre o jovem adolescente, o pai desempregado e o doente? O que eles precisam?

Todos precisam de respostas que só podem ser encontradas no Evangelho, nas Boas  Novas, nas palavras de homens que pregam o Consolador que dá paz, entendimento e esperança que se traduz em fé!

Sim, o nosso mundo não é aqui, mas não posso mensurar qual seja a importância pregar a eternidade para o depressivo, para o drogado, para o que sofre. O que adentra a porta da igreja o faz para encontrar uma resposta hoje e não num futuro distante. A pessoa que adentra por esta a porta precisa encontrar respostas e fé!

Eu digo  como cristão que é preciso ter sensibilidade para entender os diferentes estágios de espiritualidade (ou falta dela) das pessoas que buscam a igreja como portadora da Palavra de Deus e do Evangelho verdadeiro. O que elas do que elas podem encontrar. Todos os que se achegaram a Jesus encontraram alguma resposta, gostassem ou não, entendessem ou não, creio que ficou em cada um deles um questionamento interno e reflexão do que ouviram.
Pessoas chegam (pela fé) a igreja em busca de uma resposta possa sustenta-las de alguma maneira.
A resposta que eles precisam é ver a fé despertar a partir do Evangelho da boca dos que propõe a prega-lo.
Enquanto um pastor prega sobre a condenação eterna, elas pode estar pensando: “Eu não preciso da ameaça do lago de fogo, da eternidade no futuro, eu preciso que Jesus me diga o que fazer hoje e eu preciso ter fé para crer nisso.”

As pessoas precisam ver a fé,  amor e o próprio Jesus nos que se dizem cristãos e nas igrejas que apresentam o Evangelho.

Confesso que já falhei muito nesse aspecto, houve épocas em que eu não estive mais firme do que um prego na areia. Isso ocorre também com todas pessoas que estão interessadas em pregar o Evangelho, cristãos genuínos que querem servir a Deus, sejam pastores ou não, todos nós que queremos servir e muitas vezes falhamos na fé procuramos as desculpas; problemas pessoais, de trabalho, stress, saúde, etc, etc. Porém nenhum motivo é suficientemente aceitável diante de Deus do que o próprio erro em falhar na fé.

Se nos encontramos nessa situação, isso é mais um motivo pelo qual devemos buscar a fortalecer nossa fé ao ponto de não ser abalado por um mundo caótico, doente e onde possamos ser portadores de esperança, fé e milagres a aqueles que necessitam.

"Sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam" (Heb. 11:6).
Crer que Deus existe pode ser uma palavra jogada o vento quando não se tem fé, não basta crer em Sua existência, a dinâmica  da relação ocorre quando realmente se acredita que Ele pode fazer algo a aquele que se aproxima.

Como pode um incrédulo crer nessa dinâmica se nós não os animamos com nossas vidas e testemunhos a buscar uma relação sincera com Deus? Temos uma fé inabalável que possa sustentar a nós mesmos e a outros que precisam?

A verdade é que  ninguém pode dar o que não tem... Se não temos então que busquemos ter, sejamos o que Deus quer, construamos uma fé inabalável e uma consciência do evangelho tão plena que possa nos encher e transbordar a ponto de encher outro copos. Gosto daquela imagem onde se coloca uma pirâmide de taças com uma superior no topo onde essa é a primeira a ser cheia, e sendo cheia, vai enchendo as de baixo.

Só podemos dar o que temos:

"Pedro, porém, disse: Não tenho nem ouro nem prata, mas o que tenho eu te dou: em nome de Jesus Cristo Nazareno, levanta-te e anda!" At 3:6

Que cena fantástica!!! Fico imaginando o homem coxo olhando Pedro e ele como se fosse um super herói nesse momento lançava sobre o homem algo como um "shuriken de poder" (estrelinha ninja)  e o homem pulou quase como um artista marcial sem apoiar nas mãos ficando de pé! Um "raio poderoso" o  atingiu e ele foi curado!

Bem, não foi assim que eu creio que aconteceu, eu apenas quis dar um ar de filme de Jackie Chan aos fatos, rsrsrs. Creio que com toda calma, mansidão mas com uma voz cheia de autoridade sem gritar ou fazer espetáculo ele disse; "Levanta te e anda!" De qualquer maneira mesmo sem pirotecnia foi fantástico do mesmo jeito.

Não, não estou dizendo para sairmos por ai fazendo milagres, (se bem que não seria nada ruim) estou dizendo que temos que ter algo a oferecer a aqueles que nos pedem. Se não temos então teremos que conseguir, nos encher com o poder do Espírito Santo para poder dar a outros.


Eu já tive o grande privilegio de "receber a fé" através de pessoas onde eu não vi crise alguma abalar. Pessoas  firmes, fortes, suficientemente confiantes em Deus para que pudessem me consolar e transmitir uma mensagem do Evangelho a qual eu pudesse realmente crer. Por essas pessoas seguidoras do Mestre; eu agradeço a Deus!
"Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte;
Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus. Mt 5:14-16


E meio a tanta desilusão, descrença, falta de amor e compreensão; em um mundo irremediavelmente perdido, que nós todos os que nos denominamos cristãos possamos ser portadores de uma mensagem e Evangelho vivo pela fé, verdadeiro e eficaz o suficiente para preencher o coração do todos os que necessitam de consolo e paz!
Que nós busquemos e possamos ser cheios do Espírito e dessa maneira nossas vidas sejam como um copo cheio que carrega a Água que mata a sede e vivifica os corações ansiosos por uma resposta. Que Jesus em nós seja essa resposta a todos que sofrem.

Que Deus nos abençoe a todos!

terça-feira, 3 de julho de 2018

"Qual é o sentido da vida"?


Qual é o sentido da vida?

Bem, esse é um questionamento parte religioso, parte filosófico bastante antigo, desde então milhões de pessoas tem se perguntado quais são as razões que cada um tem para se relacionar com a vida e o mundo.
Não existe uma resposta simples, nem que agrade a todos ou que seja consensual e como não estou nem perto de ser um filósofo, não vou me atrever entrar nesse campo, porém posso dar minha visão bastante resumida de como vejo essa questão.

Creio que  quando surgem nossas frustrações começamos a pensar mais seriamente no que nos levou a uma vida de fracassos e mesmo diante do sucesso, muitas vezes nos perguntamos  porque estamos  tão vazios  tendo alcançado objetivos determinados.

Nós como pessoas, humanos, temos a tendência a buscar objetivos que socialmente são aceitáveis, bons, prazerosos, objetivos estes que visam nos equiparar com pessoas de sucesso, prosperas e aparentemente felizes.

Invariavelmente o que acontece é que quando alcançamos nossos propósitos não nos satisfazemos pois eles não conseguem preencher o vazio que sentimos... Não importa quanto dinheiro ou quão próspero sejamos ou quanto sucesso temos em nossos objetivos, sempre estará faltando alguma coisa que nos empurra a uma próxima empreitada para tentar preencher o espaço.

Quantos pop stars desistiram de suas vidas  no auge da fama e da carreira? Pessoas bem sucedidas, ricas, bonitas, saudáveis mas com um vazio existencial tão grande que suportaram mais “a busca” pelo real sentido de viver. Quando chegaram ao topo de tudo não encontraram nada além de mais perguntas e solidão.

Nada material ou humano pode preencher o vazio que cabe somente a Deus preencher, por isso não existem respostas para nós criaturas de Deus, fora dEle próprio. Nenhum sucesso, patrimônio, saúde, beleza, fama será suficiente para nos livrar do vazio espiritual que somente Deus pode preencher.

Quando fomos criados a Sua imagem e semelhança; Seu objetivo foi de que através de nossa comunhão com Ele pudéssemos ter uma vida plena, porém  nossa queda através do pecado corrompeu essa ligação. Com essa “impossibilidade” de mantermos comunhão com Deus e plenitude de vida,  buscamos através de nós mesmos uma solução  para preenchermos essa grande lacuna deixada pela falta de comunhão com o Pai.

Entretanto Deus restaurou essa comunhão quando enviou seu Filho Jesus  que se deu em sacrifício por nós. Através de Cristo  temos hoje livre acesso ao Pai e garantia da vida eterna, em  qual a certeza preenche uma lacuna.
Se fomos criados para viver em comunhão eterna com o Pai,  estarmos com Ele na eternidade fora de um mundo vil e mesquinho é o grande objetivo que podemos aguardar no porvir.
Se  conseguimos compreender e aceitarmos que essa vida terrena passa rapidamente em 80, 90 anos mas que temos uma outra vida, eterna e maravilhosa nos aguardando, fica bem mais fácil viver e aceitar o dia de hoje com todos os seus males.

“Certo, mas o que eu farei enquanto esse dia não chega?”  "Ainda me sinto vazio...”

Obviamente não vejo outra resposta para ambas as questões que não seja: Viva com Jesus!
Sabemos que a dinâmica de nossas amizades e ralações afetam profundamente o nosso modo de pensar, agir e sentir. Somente  um relacionamento pessoal, verdadeiro, profundo e sincero com Jesus poderá lhe dar as respostas e alivio a medidas que as questões pessoais da vida forem surgindo: 

Mt 11 28-30 “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.
Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.
Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”.

Concluindo essa reflexão; O seu relacionamento com Jesus, ou qualidade dele determinará o nível ou o tipo de busca que você fará em sua vida para prosseguir na caminhada. É preciso escolher entre continuar tentando com suas próprias forças e entendimento achar as respostas que necessita ou entregar seus caminhos a Jesus confiando que Ele tudo fará para que você “descanse sua alma.”

Podemos continuar obstinadamente até desfalecermos e nunca chegarmos a conclusão alguma, repletos de vazio interior ou simplesmente confiarmos que Deus tem em Cristo (o nosso amigo) as respostas para nossas mais profundas indagações;

Jo 15:13 “Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos.
Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando.
Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas chamei-vos amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos dei a conhecer”.

Que Jesus o nosso amigo verdadeiro possa responder com amor e paz suas questões mais profundas e que vc possa encontrar o sentido de sua vida nEle!

Nelson Filho

Tomar bebidas alcoólicas é pecado?



Tomar, beber bebidas alcoólicas é pecado?

Não, não é pecado, pecado é errar na dosagem, beber demais. A Bíblia adverte contra os excessos. Ao tratar de um assunto como esse deve se basear na Bíblia e não em conceitos pessoais que transforma abstêmios em santos e os que não são em pecadores.

As bebidas alcoólicas sempre estiveram presentes na vida dos homens desde os primórdios, incluindo no Antigo e Novo Testamento.

Jesus bebia vinho com os discípulos e pecadores e era acusado por isto, não diferentemente de muitos fariseus modernos:

"E aconteceu que, estando sentado à mesa em casa deste, também estavam sentados à mesa com Jesus e seus discípulos muitos publicanos e pecadores, porque eram muitos e o tinham seguido. "E os escribas e fariseus, vendo-o comer com os publicanos e pecadores, disseram aos seus discípulos: Por que come e bebe ele com os publicanos e pecadores?

"O Filho do Homem veio comendo e bebendo mas vocês dizem: Vejam! Um homem glutão dado ao vinho,amigo de cobradores de impostos e pecadores!" Lc 7:34

Que tipo de bebida era? Água? Suco de uva não fermentado como alguns querem nos fazer acreditar "a força" torcendo as escrituras só para reforçar suas frágeis ideias puritanas?

Não, o vinho fazia parte das mesas e o suco de uvas não fermentado não poderia ser produzido o ano todo. A uva era um produto sazonal e haja visto que apenas algumas horas depois de ser esmagada, o suco, mosto começa conversão dos açucares em álcool se não houver pasteurização. (O processo esse inventado somente no século XIX por Louis Pasteur) Alguns dias depois dependendo da quantidade e força das leveduras você já tem um produto com relativa quantidade de álcool.

O que eu quero dizer é que era impossível ter suco de uva, (ou vinho novo) sem álcool o ano todo. Quem já fez vinho  (eu) sabe do que eu estou falando.

Não quero entrar nas particularidades da fermentação de vinho pois é um assunto extenso é não é esse o objetivo, quero dizer que é praticamente impossível parar a fermentação de um suco/mosto sem a adição de produtos químicos ou técnicas modernas, portanto se naquela época existiam alguns tipos de vinho em fase de mosto e que não continham álcool, era  tão pouco que seria quase desprezível sua quantidade.
Cabe dizer aqui que até mesmo o vinho da santa ceia tinha álcool; por que Paulo recomendou que esperassem uns pelos outros antes de comer e beber?

"De sorte que, quando vos ajuntais num lugar, não é para comer a ceia do Senhor.
Porque, comendo, cada um toma antecipadamente a sua própria ceia; e assim um tem fome e outro embriaga-se."
I Co 11

Que tipo de vinho era este que os irmãos estavam tomando na ceia e embriagando se, suco de uva? Claro que não!

Ai vem alguém e me diz o seguinte: "Vinho pode porque está na Bíblia, mas cerveja e outras bebidas não porque a Bíblia não relata nada".

Quem pensa assim não compreende  que o pecado não está  na bebida em si e sim em quem faz mal uso dela, em errar no consumo.

O que você pensaria se eu lhe dissesse que provavelmente a cerveja era mais consumida do que próprio vinho na época de Jesus? Ficaria surpreso? Pois saiba que era bem mais barato produzir cerveja na Judéia do que o vinho devido a fartura de grãos  mais abundantes que a uva. Mas não vou abordar esse assunto agora.

O fato é que independentemente de qual bebida seja,  ela pode sim nos levar ao pecado e a fazer coisas que não faríamos se estivéssemos longe dela; brigas, acidentes de transito, vidas destruídas pelo alcoolismo e tantas outras fatalidades ocorrem porque pessoas sem domínio próprio começam a beber, mas daí a afirmar que beber um pouco onde mantém se o domínio é pecado existe uma diferença muito grande.

O exagero é pecado, seja de qual tipo for, comida, bebida, sexo, trabalho, tudo que é exagerado pode nos levar a pecar. Ter domínio próprio é essencial para uma vida digna segundo a vontade de Deus

Gl 5:22 "Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, 23 mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei.
I CO 6:12  "Tudo me é permitido", mas nem tudo convém. "Tudo me é permitido", mas eu não deixarei que nada me domine."

Lutero, Wesley, e até o próprio Spurgeon tão aclamado hoje em dia, tomavam bebidas alcoólicas e Spurgeon com o agravante de fumar charutos!
Não vou nem entrar profundamente no ponto falando sobre o reformador Lutero, que bebia cerveja até os últimos dias de vida e cuja a esposa era uma dona de cervejaria; a historia toda seria longa demais mas seria bom muitos saberem que ele discutia teologia a mesa com cerveja. 
Resumindo; este tipo de pensamento abstêmio, puritano é algo moderno, contemporâneo, os cristãos antigos não pensavam assim.
O que mudou então; a Bíblia ou o homem? O homem é claro, ele se afastou da Bíblia. Basicamente e claramente os crentes atuais em sua maioria buscam compensar suas falhas promovendo atitudes externas e visíveis, privando se de certas coisas que a eles não faz falta. (leia meu artigo eu não bebo cerveja)

Entenda que obviamente não estou defendendo bebidas, beberrões e bêbados e muito menos recomendo que alguém saia bebendo, enchendo a cara, jamais, nunca aconselharia ou diria tal coisa porque sei que existirão pessoas que não terão controle de si mesmas. Muito pelo contrário, se eu posso dar um conselho é: Não beba, nunca beba! 
Entretanto cabe a cada um decidir até onde pode ir e se é capaz de dominar se a si mesmo sem errar no excesso. Você tem consciência de até onde pode ir, não é a Bíblia que limita isso.

Se alguém não tem problemas de saúde, com o alcoolismo, consegue dominar-se sabendo a hora de parar, não trouxer prejuízo a si próprio ou a outros influenciando os mais fracos que não tem a mesma consciência fazendo os tropeçar; não vejo nada, (biblicamente falando) em que o fato de se consumir um pouco de bebida com moderação seja pecado. 

Se você não gosta ou não liga para bebidas, que bom, isso é o melhor para você, para sua saúde! 
Porém por outro lado se você não bebe porque se julga um "puritano" e é contra a bebida por um costume moderno, o que vc não pode fazer é bater em seu peito achando se mais santo por não beber do que aquele que bebe moderadamente, agindo como os fariseus advertidos por Jesus faziam; "coando o mosquito e engolindo o camelo!"
Enfim, beber ou não beber é uma questão pessoal que cada um deve optar segunda sua consciência.


Que Deus nos abençoe e nos dê domínio próprio sempre!

Devo dar o dízimo?















"Esse é um estudo contra o dizimo"? Não, esse é um estudo explicando o que foi o dizimo, sua origem, aplicação e o uso muitas vezes indevido nos dias de hoje.

 É o dízimo para os dias de hoje?  Ou:  “Devo dar ou “devolver” o dízimo”?
Depende; Você é judeu, vive na Antiga Aliança, sustenta um templo com levitas em tempo integral, pobres e viúvas diretamente com seus recursos? Se é esse seu caso, deve sim, porém pensando bem; isso é impossível porque o templo não existe mais!

Verdade, o templo de Israel não existe mais, muito menos "a casa do tesouro" e nem mesmo o judeus atuais dizimam, aliás, diga se de passagem; se quem deveria levar os dízimos eram o povo de Israel e talvez vc não saiba, os mesmos não o fazem hoje em dia, então muito menos deveriam fazer os crentes atuais...Bom, não existe mais nada disso então por que dizimar?? Os judeus atuais; muitos deles fazem boas obras, doações em dinheiro na sinagoga, ações sociais e caridade com esses recursos que seriam empregados como forma de dízimo, porém não dizimam como forma de lei, mas esta lei está sendo "imposta" na Igreja de Cristo. Estranho né? Não, nada estranho, apenas esperado dos que "contam fábulas" (Tito) para atingir seu objetivos humanos e que eles lançam na conta de Deus...

Alguns como um conhecido pastor de uma também conhecida igreja reformada dirá:

"É importante dizer que a prática do dizimo é anterior à lei cerimonial (Gn 14.20; 28.18-22). Abraão, quatrocentos anos antes de a lei ser instituída, entregou o dizimo a Melquisedeque" 

 Abraão deu o dízimo a Melquisedeque antes da lei, antes do templo." Sim, é verdade mas o que esse senhor, ou esses que dizem isso não sabem, (ou mesmo sabendo farão questão de ignorar) é que ele deu o dízimo baseado em fatos que ele aprendeu empiricamente no paganismo da época. 

Não foi na Igreja ou na lei de Moisés que Abraão aprendeu a dizimar porque não existia Igreja  e muito menos o templo judaico havia sido construído. Os templos que existiam eram aos deuses pagãos e a lei  não fora dada por Deus ainda; então onde ele aprendeu isso, por que teve essa atitude?

"É importante dizer que a prática do dizimo é anterior à lei cerimonial (Gn 14.20; 28.18-22). Abraão, quatrocentos anos antes de a lei ser instituída, entregou o dizimo a Melquisedeque, um tipo de Cristo (Gn 14.20; Hb 7.1-10). O dizimo foi incluído na lei, pois foi a maneira de Deus prover o sustento da tribo de Levi, aqueles que trabalhavam no ministério (Lv 27.30-33; Nm 18.21-32; Dt 14.22-29,18.1-8)"

O dízimo embora tenha sido praticado voluntariamente pelos patriarcas antes da lei cerimonial , sendo Abraão o primeiro a fazê lo, acredita se que  ele o fez segundo os costumes pagãos cananitas. "Por que acredita se" e não se tem certeza? Por qual motivo  levou o a fazer isso não é claro, mas sabe se que estes eram os costumes da região pagã onde ele vivia. Provavelmente ele fez isso porque era costume dizimar e agradar aos deuses pagãos (Moloque, Baal, Nana, Sin entre outros deuses). As ofertas eram víveres e produtos agrícolas de um modo geral, nada de ouro, prata, pedras preciosas, dinheiro, bitcoins, criptomoedas, boletos, maquininha de cartão, ou debito em conta. Houve uma época (do desconhecimento) que eu dei dizimo até em dólares na igreja, penso que nesse tempo eu era uma pessoa "muito querida" pelo pastor.

Quando tentamos agradar a Deus com ofertas, dízimos, dinheiro, coisas materiais, estamos fazendo EXATAMENTE a mesma coisa que os pagãos faziam. Nossa (falha) fidelidade a Deus NÃO SE MEDE pelo que damos a Deus, mas por um coração convertido que se derrama perante Ele com amor, constância e perseverança, não importando a circunstancia e sempre crendo que Ele é o Senhor.     

 A origem do dizimo de Abraão, não foi de seu salário, própria renda, venda de bens ou propriedades mas uma porcentagem do espólio de inimigos, esses dízimos vieram dos despojos de guerra.

Concluindo, entendamos que; Abraão não tendo referências de uma "religião verdadeira" a não ser as quais ele conhecia, (paganismo) fez o mesmo ao sacerdote rei/Melquisedeque, mesmo sem Deus jamais ter ordenado, ou onde está escrito na Bíblia que Deus ordenou a Abraão dizimar? 

Agora, por que Abraão o fez especificamente a Melquisedeque? Abrão  deu dízimos dos despojos como um ato de gratidão pela vitória e não por nenhuma circunstancia diferente. Nessa época era costume os reis serem em muitos casos sacerdotes também (como no caso de Melquisedeque) e assim querendo agradar ao Verdadeiro e único  Deus, ele o fez espontaneamente ao sacerdote.

E por fim, NÃO existem, repito; não existem evidências de que ele fazia isso constantemente, então se Abraão é o padrão, o parâmetro para justificar o dízimo, então também esse dizimo deve ser dado apenas UMA ÚNICA VEZ.

Bem mais tarde  foi instituído em forma de lei no Antigo Testamento, aí sim como lei dada por Deus  para o serviço no templo. Porém essa lei tinha uma função específica e dada ao povo de Israel que deveria dar 10% de suas colheitas ou de tudo que produzissem para a manutenção do templo; levitas, sacerdotes, pobres e viúvas. Esses dízimos e eram  apenas produtos agrícolas, animais, produtos da terra, não tinha nada de dinheiro ouro, etc...Muito posteriormente a tradição judaica (não a Bíblia) transformou o dízimo em dinheiro para ajustar as coisas, (pois nem todos são agricultores, criadores, trabalhadores rurais) e naquela época também não eram, os que viviam do comercio compravam viveres para levar ao templo.

"foi a maneira de Deus prover o sustento da tribo de Levi, aqueles que trabalhavam no ministério (Lv 27.30-33; Nm 18.21-32; Dt 14.22-29,18.1-8). Os mesmos princípios de sustento dos sacerdotes e levitas no Antigo Testamento são usados para o sustento dos obreiros de Deus no Novo Testamento: "" Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito recolhermos de vós bens materiais? […]. Não sabeis vós que os que prestam serviços sagrados do próprio templo se alimentam? E quem serve ao altar do altar tiram o seu sustento? Assim ordenou também o Senhor aos que pregam o evangelho que vivam do evangelho (1Co 9.11,13,14)"

Se o pastor moderno, bispo, padre,  reverendo, líder, seja lá que cargo tenha,  é um remanescente do antigo templo, por que quem trabalha no templo, no som, músicos, serventes de limpeza, portaria e todos (ou a grande maioria)  que prestam serviço não recebem nada? São apenas conclamados ou exortados a fazer por amor a obra? O único obreiro digno de salário é o pastor líder de igreja??? Esses são mais "levitas que os outros levitas"? 

 Essa função de dizimar no cristianismo para sustentar a igreja como um templo acabou, hoje somos a Igreja que não vive mais na lei do AT , não existe mais um templo judaico do AT. Outra, não existia igreja na lei, existia templo (como já foi explicado); não existia Igreja. ("I" maiúsculo, corpo de Cristo) A revelação da Igreja foi dada a Paulo no Novo Testamento.

Muitas igrejas (instituição ou locais estruturais, prédios) pedem o dízimo como se isso fosse uma recomendação bíblica, entretanto é necessário entender que o templo ou o serviço levita não existem mais. Se existem templos hoje em dia, (e muitos, de várias denominações) estes NÃO foram ordenados por Deus, logo, não existe também essa obrigação de dizimar para mantê-los ativos. Essa estrutura, "igreja," templo esse local físico de reunião é uma invenção humana que começou nos primeiros séculos com a Igreja Católica. Sim, isso é uma adaptação católica do judaísmo, pois os cristãos antigos se reuniam em casas, campos, espaços abertos, ou seja;  em qualquer lugar fora de estruturas oficiais para cultuar a Deus, logo; NÃO EXISTE uma única recomendação, ordenança conselho da parte de Jesus ou dos apóstolos para que se construa um templo e o mantenha para reuniões. Aliás, muitos cristãos evangélicos/protestantes, críticos de católicos não gostam desta igreja porque tem  seus santos (copiados/baseados nos deuses helênicos gregos ou romanos), então, por que aceitam esse modelo cristão/evangélico atual também copiados deles? Se eu responder muita gente (pastores) não gostarão, então pense um pouco e tire suas próprias conclusões... Então, esse modelo atual católico foi seguido e adotado pelos protestantes, endossado pelos evangélicos modernos. Templos, igrejas físicas não são ordenanças de Deus para os cristãos atuais; as suntuosas catedrais ou templos evangélicos, construídos com dinheiro dos dízimos; serei mais um vez redundante; templos e igrejas físicas denominacionais não são ordenanças ou recomendações para os dias atuais.

Então o que foi estabelecido biblicamente como diretrizes  para os dias atuais? 

No inicio da Igreja Paulo estava levando o  cristianismo a outros povos e esse cristianismo não exigia a circuncisão desses novos cristãos.  Isso levou os presbíteros de Jerusalém se reunirem  para fazer valer a circuncisão obrigatória. (At 15)
A Igreja  do Novo Testamento não tinha diretrizes definidas, ou seja, não sabiam se ainda guardariam a lei mosaica com o peso que ela tinha e com as ordenanças do Antigo Testamento. O Concílio de Jerusalém deixou claro que não havia encargo algum a ser imposto aos gentios, além daquelas quatro áreas mencionadas: abstinência da carne sufocada, do sangue, do sacrifício aos ídolos e da prostituição:
 
“Eis porque, pessoalmente, julgo que não se devam molestar aqueles que, dentre os gentios, se convertem a Deus. Mas se lhes escreva que se abstenham do que está contaminado pelos ídolos, das uniões ilegítimas, das carnes sufocadas e do sangue. Com efeito, desde antigas gerações tem Moisés em cada cidade seus pregadores, que o leem nas sinagogas todos os sábados.» (Atos 15:19-21)

E a conclusão final foi:
"Os apóstolos e os anciãos, vossos irmãos, aos irmãos dentre os gentios que moram em Antioquia, na Síria e na Cilícia, saudações! Tendo sabido que alguns dos nossos, sem mandato de nossa parte, saindo até vós, perturbaram-vos, transtornando vossas almas com suas palavras, pareceu-nos bem, chegados a pleno acordo, escolher alguns representantes e enviá-los a vós junto com nossos diletos Barnabé e Paulo, homens que expuseram suas vidas pelo nome de nosso Senhor, Jesus Cristo. Nós vos enviamos, pois, Judas e Silas, eles também transmitindo, de viva voz, esta mesma mensagem. De fato, pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor nenhum outro peso além destas coisas necessárias: que vos abstenhais das carnes imoladas aos ídolos, do sangue, das carnes sufocadas, e das uniões ilegítimas. Fareis bem preservando-vos destas coisas. Passai bem." (Atos 15:23-29)

Agora em pleno século 21 querem te fazer crer que o dízimo é uma ordenança atual, para manter um modelo estrutural de igreja física que Deus não criou, que se você não dizimar é um rebelde, infiel e avarento...
 
Infelizmente alguns líderes, pastores e denominações pelas contingências e dificuldades econômicas atuais ou até mesmo por ganância, colocam o dízimo como algo obrigatório fazendo sentir se culpados e amedrontando com maldições inexistentes os crentes que não dizimam.

O que eles não entenderam ainda (ou fingem que não entendem) é que muitas, muitas pessoas já tiveram essa compreensão que o dízimo não é para os dias de hoje. Eles "não" entenderam isso ainda! Ficam torcendo a Bíblia para justificar o injustificável ao invés de trabalhar na conscientização das mentes em favor das ofertas voluntárias.
Oferta voluntária, espontânea é amor pela obra, movido por um coração agradecido. O dízimo é força, imposição e submissão a lei, não é amor, também não é de modo algum fidelidade como alguns  dizem, não existe outra maneira de dizer isto.

Não existe um único versículo no Novo Testamento  que prove que o dízimo é para os dias de hoje. Nenhum versículo  que estabeleça uma quantia especifica em forma de lei para os cristãos paguem esse valor em forma de mandamento. Qualquer tentativa de fazê-lo, é ultrapassar e distorcer a o que a Palavra de Deus diz. Também qualquer igreja, pastor ou denominação, qualquer uma que diga que você está pecando ao não dar o dízimo, está distorcendo a Palavra de Deus. Ou não tem conhecimento bíblico, ou é movido por interesses próprios.
Os exemplos dados no NT da viúva  ou em que  Jesus manda dar o dizimo em Mateus 23 ("Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas,“) é  dito num contexto especifico onde Jesus vivia, ou seja; no judaísmo. A obra de Jesus ainda não estava consumada, a Igreja revelada só começa mais adiante. Recomendo que leia atentamente o livro todo de Atos, esclarecerá muitas dúvidas.

"Logo, os que estão no ministério hoje, na vigência da nova aliança, devem viver do ministério."

Parcialmente verdade ou depende... Paulo trabalhava:

" trabalhávamos dia e noite com esforço e fadiga, a fim de não sermos pesados a nenhum de vós; (2 Tess 3:8) depois ele continua; . 9 Não porque não tivéssemos autoridade, mas para vos dar em nós mesmos exemplo, para nos imitardes.

Que exemplo estes pastores estão dando?

Os que realmente compreenderam isso, trabalham fora da igreja, tem empresas ou outros meios de sustento para não pesar aos irmão, mas são poucos.

Alguém dirá: "Mas se não damos o dízimo, como fica o sustento das igrejas locais (não confunda com templo) e dos que trabalham nela"?
Bem, como disse o apóstolo Paulo (em 1Co 9 ) todo obreiro que trabalha, se empenha na obra de Deus  é digno de seu salário e os pastores (com dons pastorais, não líder de denominação) realmente envolvidos nesse trabalho, estão autorizados a receber proventos para manter sua família. Vou um pouco mais além, e repetindo ao que disse anteriormente; se o pastor tem direito de receber o dizimo porque é um "levita", (sim muitos atualmente se comparam aos levitas da tribo de Levi) então; o músico, o porteiro, a faxineira, o operador de som, também tem esse direito, ou só o pastor é encarado como obreiro?? Se ele é levita/sacerdote os outros também são. "Ah, mas os outros fazem trabalho voluntário, por amor a obra", dirão alguns pastores! 

É assim na sua igreja irmão? A faxineira recebe uma diária para limpar a igreja na segunda feira ou ela faz por amor a obra? Bem, isso é um assunto para outra postagem, não vou seguir nesse ponto agora, mas pense nisso toda vez que algum pastor se denominar "levita" ou sacerdote, analise se é apenas ele ou são todos que trabalham na igreja que estão recebendo salário; se é apenas o pastor que recebe ou se os outros são todos voluntários e fazem por amor a obra.

 Aqueles que usam Mateus 23.23 para dizer que Jesus sancionou o dízimo antes da inauguração da nova aliança, mas que depois de sua morte essa sanção não é mais válida, esquecem-se de que junto como dizimo Jesus menciona também outros preceitos da mesma lei (a justiça, a misericórdia e a fé): Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dizimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas! (Mt 23.23).

Jesus disse isso no contexto do judaísmo, vivendo no judaísmo. Ele falava a um povo de dura cerviz que precisava a cada momento ser alertado de seus deveres como povo escolhido por Deus. Não se deve  confundir preceitos morais com preceitos cerimoniais, essa comparação é absolutamente esdrúxula. O que Jesus disse que nada adiantava cumprir um preceito cerimonial e esquecer os preceitos morais, de nada adianta seu dizimo se vc não se converter, ele não te leva para o céu nem te torna bom. O preceito moral esta gravado no ser humano. Ninguém precisa de lei para saber que matar está errado.  

Voltando ao pastor ou líder da igreja atuais; já que ele quer manter a estrutura humana, (a denominação que Deus não ordenou) sim ele até pode pedir ofertas, mas sem constranger ninguém ou ultrapassar  os limites do que a Bíblia diz, não deve torcer os textos do AT aplicar o que fora dito no judaísmo/Israel para a Igreja atual.
Certa vez eu ouvi um pastor usando o texto de Marcos 5 dizer que o dono da manada de porcos que se perdeu no precipício, (porcos cujos demônios entraram por permissão do Senhor Jesus) não era "dizimista fiel " por isso ele perdeu toda a porcada...O que dizer sobre isso?

Atrelar a fidelidade a Deus ao dizimo, é como excluir o sacrifício de Jesus, somos salvos pela Graça, por Jesus independentemente se contribuímos ou não,  não somos fieis a Deus, Ele é fiel conosco.

No primeiro dia da semana, cada um de vocês separe uma quantia, de acordo com a sua renda, reservando-a para que não seja preciso fazer coletas quando eu chegar. 1 Coríntios 16:2

Todo cristão consciente dá sua oferta de coração, sem constrangimento, imposição da lei ou ameaça de maldição porém ele não serve para sustentar um TEMPLO físico.

 I Co 16:2  o apóstolo Paulo diz "que no primeiro dia de cada semana  cada um separe uma uma quantia de acordo com sua renda".
Dar não como a lei do Antigo Testamento mandava, mas de acordo com suas posses e com alegria. Tudo o que você der de coração sem ganância é válido e isso pode ser muito mais do que apenas 10% da lei, também pode ser bem menos, depende de sua situação financeira. O crente verdadeiro tem mente que tudo o que ele tem pertence a Deus, e não apenas os 10% que ele deveria dar.
Tirar de um assalariado mínimo, que paga aluguel, mal come e com filhos pequenos, 10% de seu salário é desumano. Outra coisa; é estapafúrdio dizer que Deus precisa de nosso dinheiro para Sua obra. Uma coisa tem que ficar bem clara: Se Deus enviar alguém para uma obra, fazer algo, Ele mesmo sustentará. Acontece que os homens querem fazer coisas que Deus não mandou, (construir igrejas é apenas uma delas) aí eles precisam tirar o dinheiro de algum lugar...Não pode, aqueles que fazem isso, que exploram os pobres necessitados terão muitas contas a ajustar com Deus.
Quando estive a frente do trabalho, nada poderia me deixar mais desconcertado do que meu pastor superior pedir que eu fizesse uma oração ou apelo por dízimos e ofertas. Porém eu sempre resisti a esse apelo e nunca mencionei pedidos com a palavra “dízimo” a Igreja. Sempre entendi (depois que abri os olhos) que eram ofertas voluntárias que ajudaria nos desafios da igreja. Desafios estes que muitas vezes não são os desafios que Deus propôs, mas desafios que o homem inventa, criados fora da vontade de Deus, constituídos em seus estatutos doutrinários. Quando Deus tem um trabalho Ele mesmo cuida dos recursos. Se Deus precisasse da ajuda de alguém para manter sua obra, Ele não seria DEUS. Agora, para manter uma obra que ELE não pediu, essa precisa da ajuda dos homens; dízimos, ofertas, ofertas alçadas,  trizimo, votos e tudo mais que a imaginação humana consegue alcançar.
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E o que os homens fazem com os recursos que pedem por força de ameaça? Cuidam mal do dinheiro ou injustamente! Usam em formas de benesses e favores para os lideres  de sua cúpulas mas não em favor das viúvas e dos realmente necessitados, inclusive seus membros.
  -Pastor; o que vocês fazem com os dízimos?
  -Pagamos, contas, mantemos a igreja em ordem, despesas gerais, salário do pastor, enfim usamos na obra de Deus...
  -E para os irmãos, vocês não fazem uso de parte desse dinheiro?
  -Claro que usamos irmão, compramos alimentos e montamos cestas básicas para ajudar todos os que necessitam, não apenas o irmãos, mas os pobres que também nos procuram.
  -Ah entendi.... que bom saber pastor, então em vez de dar dízimo, vou começar a comprar cestas básicas e doa-las na igreja, quanto mais cestas básicas, menos pessoas com fome!
  -Não irmão, continue com seus dízimos, deixe que nós administremos essa questão da cesta básica, além do mais, dízimo é dízimo e cesta básica não é dinheiro.
  - Mas o dízimo é só dinheiro? Não era alimentos, frutos da terra, animais?
  -Hoje é só dinheiro meu irmão, pois precisamos dele para manter a obra.
  -E eu posso doar meu dízimo a aquela viúva vizinha da igreja que tem três filhos pequenos?
  -Melhor não e não se preocupe com isso irmão, deixe que a igreja cuide disso...

-Pastor, sabe aquela escola da denominação, posso colocar meu filho nela para estudar de graça e ter um ensino melhor, haja visto que ela foi construída usando parte de meus dizimo?

-Infelizmente não irmão, de graça lá é apenas para filhos de pastores, filhos de membros oficiais também podem conseguir bons descontos.

É mais ou menos assim que acontece, com o diferencial da liderança ter mais privilégios que os "crentes normais." 

 Fora os alimentos ofertados aos pobres, dificilmente aparece uma alma boa da diretoria da igreja para pagar um aluguel, uma conta de luz, um gás de um irmão ou de um necessitado... Tudo que se faz de bom é por conta de doações, do que sobra nas casas dos irmãos membros da igreja, arrecada se e doa se ao pobres. Existem exceções? Sim, mas são poucas.

O dízimo como é pregado hoje em dia serve apenas para sustentar a estrutura que alguns cristãos trouxeram do judaísmo, que são os templos. Esses templos muitas vezes  suntuosos, pertencem a denominações de igrejas que mantém e constroem faculdades e colégios caríssimos, no entanto no Novo testamento as ofertas voluntárias eram em benefício dos irmãos, pobres, viúvas; o dinheiro não era para sustentar  e construir uma rede de templos, escolas particulares, etc . 

"Quanto à administração que se faz a favor dos santos, não necessito escrever-vos;....Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria.  E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda a boa obra; Conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres sua justiça permanece para sempre. Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, também vos dê pão para comer, e multiplique a vossa sementeira, e aumente os frutos da vossa justiça; Para que em tudo enriqueçais para toda a beneficência, a qual faz que por nós se deem graças a Deus. Porque a administração deste serviço, não só supre as necessidades dos santos, mas também é abundante em muitas graças, que se dão a Deus.(2 Cor 9: 1-12)

Faça uma pesquisa no estatuto de sua igreja e veja a quem pertence todos os valores recolhidos e como são usados esses bens. Algumas denominações dizem assim em seu estatuto: "Os dízimos, ofertas, bens materiais móveis e imóveis conseguidos através de contribuições voluntárias pertencem a igreja tal."  Pertence a "igreja tal"? Não é isso que a Bíblia diz...

 Tudo bem, o dinheiro já foi recolhido mesmo, então tá, pertence para ser usado como? Construir faculdades que cobram mensalidades caríssimas, escolas templos enormes e confortáveis?  É assim que a Bíblia diz que deve ser usado esse dinheiro? Onde ficam os santos?Uma vez eu perguntei para um pastor ligado a essas universidades de alta mensalidade se eu poderia colocar meu filho sendo membro da igreja e a resposta foi: "Não irmão a bolsa é apenas para os filhos dos pastores."  Ou seja o sacerdotes, são mais crentes do que os outros, durma com um barulho destes. 

Voltando, e os santos de Deus, crentes em Jesus, qual amparo eles recebem; cestas básicas, dinheiro para gás, medicamentos, custos do dia a dia se precisarem? O dinheiro das coletas é repartido com os necessitados de sua igreja ou vai para alguma "obra de Deus" (Obra que Ele não pediu.) ou para os os santos?? 

Opa, então vejamos; universidades caríssimas, templo luxuoso, centro de eventos, é "santo"? Banco de igreja novo, ar condicionado, banheiro com pedras de mármore, altar feito com madeira de lei; é "santo" Sistemas de som e mídias que custam centenas de milhares de reais são "santos"?  

Sempre que li este texto do NT pensei que santos fossem os crentes separados, que significava contribuir com as necessidades das pessoas, não com as estruturas, mas parece que não é assim que a maior parte das igrejas entendem.

Houve uma distorção até mesmo do que agrada a Deus; como se alguém que dizimasse pela força da lei e da fidelidade a um estatuto cerimonial ultrapassado pelo pacto de Cristo, pudesse agradar a Deus, mais até do que aquele que faz a vontade de Cristo.

Para aqueles tentam legitimar o dízimo para nossa Graça em Cristo convertendo a em lei, Tiago adverte que:  todo aquele erra numa parte da lei erra nela toda (Tg 2:10).   "Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos." (Tg 2:10). 

Se temos que dar o dízimo por força da lei então teremos que guardar sábado, restringirmos nossa alimentação não comendo certos alimentos e fazermos tudo o que a lei mandava.

Mas para evitar qualquer mal entendido, não estou dizendo que vc não deva contribuir com a ESTRUTURA HUMANA em que vc se reúne com seus irmãos, se você assim deseja (embora reunir se em qualquer casa surta o mesmo efeito para Deus). Se vc se reúne em algum lugar e ouve a Palavra de Deus, é justo e faz sentido que vc ajude nas despesas. Porém sem cair nessa balela que muitos pastores pregam, e principalmente entender que as pessoas; seu bem estar estão num patamar superior a qualquer necessidade de contribuir para o conforto ou luxo para um espaço físico chamado templo. As pessoas as verdadeiras necessidades dos santos vem em primeiro lugar. Comprar medicamentos, gás, comida para um necessitado é infinitamente mais importante do que doar na igreja. Se vc tem recursos financeiros fica um alerta, (principalmente  aos que tem escorpião no bolso e que acham que por não estarem na lei estão livres de contribuir) um coração convertido SEMPRE será generoso segundo suas posses. O importante é  contribuir sempre com amor e voluntariamente, sem pressão, sem medo de maldição ou de estar sendo infiel a Deus ou aos irmãos mais necessitados. Aquele que tem amor ao próximo e a obra de Deus contribuirá espontaneamente com os desafios de sua igreja/congregação local e ou com aqueles irmãos que passam por necessidades.  Seu amor e coração estará com as necessidades onde ela surgir.  Poderá dar e será livre para doar muito mais do que apenas uma porcentagem pré determinada de 10%. Um coração convertido não precisa de ninguém tentando convence-los dízimar segundo a lei dada a Israel. A citação de textos do Antigo Testamento ameaçando com pragas e maldições é apenas um meio de coação ignorância da Bíblia. Essas pessoa que pregam isso na ignorância ainda não entenderam que Deus não precisa de nós para nada: "Onde estava tu Jó qdo lancei os alicerces do mundo"!

Hoje vivemos na Graça e ela nos garante a liberdade de sermos generosos sem termos de cumprir rudimentos que não foram destinados a nós. Pense nisso!

Que Deus abençoe a todos!

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Nelson Filho