Uma das coisas que mais alegram o diabo é ver pessoas brigando, e se forem crentes (quero dizer religiosos), melhor ainda! Onde houver uma contenda (e não for luta de MMA), ali está ele.
E você me pergunta: “Mas crente (religioso) briga também?” Sim, alguns brigam, ficam irados, perdem a compostura, acusam os outros de heresia, saem das igrejas, dos grupos, das comunidades, e até perdem amigos. E os motivos? Ah, nem precisam ser tão graves, reais ou heréticos assim; basta não concordarem com a simples visão do outro, e isso já é o motivo perfeito para iniciar uma discussão fundamentada na “fé”!
Fico imaginando se Jesus ou o apóstolo Paulo estivessem aqui em seus ministérios, quanta “encrenca” arrumariam! Bem, é sabido que, em seu tempo, os fariseus não gostaram da mensagem de Jesus, mas se fosse hoje, muitos que se dizem cristãos também não gostariam. Ele provavelmente seria acusado de heresia, demagogia, ideologia, hipocrisia e outras coisas mais.
As pessoas não suportam opiniões contrárias:
“Saiba disto: nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis. Os homens serão egoístas...” (2 Timóteo 3:1-2)
Num mundo hedonista, regido pela autoimagem, pelas próprias vontades e pelo egocentrismo, não existe mais espaço para ser contrariado, compreender os argumentos dos outros, se ofender ou reagir com acusações. Se algo não nos agrada—à nossa carne, ao nosso ego—desistimos de estar com aquelas pessoas e, com controle remoto em mãos, mudamos de canal, comemos pipoca sentados ao lado do diabo, ouvindo seus sussurros e aplausos, geralmente dizendo que fizemos a coisa certa.
Infelizmente, agindo assim, entramos em um caminho cada vez mais sinuoso, que só leva ao isolamento e à solidão. Porém, existe uma maneira de prosseguirmos firmes para o alvo: “Não deis lugar ao diabo...” (Efésios 4:27)
Como? Não deixe que ele se sente ao seu lado e sussurre “verdades” que Jesus não disse, que te encha de argumentos e “sabedoria” que são do seu próprio entendimento, do seu eu, da sua carne.
Precisamos estar atentos a toda voz que ecoa em nossos ouvidos e que não está de acordo com o padrão da bondade e da vontade sempre maravilhosa de Deus para nossas vidas. Precisamos também prestar atenção a toda voz que influencia nossos relacionamentos, palavras e atitudes que tomamos sem ponderar. Muitas vezes, quando não prestamos atenção e supomos que estamos apenas defendendo nossas ideias, direitos e valores, estamos na verdade cedendo a tentações malignas. O coração é enganoso e a mente mais ainda; com um sopro do maligno, “azedou a boca da égua”, como dizia meu avô!
Somente a compreensão e a relevância de Jesus em nossas vidas podem tornar a influência do diabo irrelevante em nosso modo de agir.
Uma vez que Deus, Jesus, emerge em nosso viver, praticar atos de amor e tolerância torna-se a nossa natureza, acima de qualquer influência.
Amar e tolerar é melhor do que reagir impensadamente, e é isso que Deus espera de nós, é isso que pode construir relacionamentos e não destruí-los. Pense bem antes da próxima resposta atravessada, grosseira ou que não construa nada. Não deixe que o diabo coloque a mão no seu balde de pipoca. Utilize seu controle remoto para assistir aos melhores canais; aqueles cuja programação te faz crescer.
Que Deus abençoe sua vida, te livre e te mantenha acima de toda malignidade!
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Nelson Filho