quarta-feira, 15 de abril de 2020

Tempo de redescobrir






O que a pandemia Covid-19  está nos alertando e questionando?


A marca mais evidente de nossa época é o individualismo. Na verdade, o individualismo está presente em nossa sociedade desde a proposta feita a Adão e Eva pela serpente astuta: “É assim que Deus disse: Não comereis der toda árvore do jardim? (…) É certo que não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal” (Gn 3.1-5).
A Bíblia, no entanto, ensina que os dois principais mandamentos são: amar a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a nós mesmos. Mas, se não amamos a Deus, como poderemos amar ao próximo? Se desconsiderarmos que Deus atua eficazmente em nossa vida, como poderemos imaginar que o próximo poderá nos ser útil numa vida em sociedade? A tendência portanto, é viver juntos – mesmo assim, as redes sociais, os edifícios de luxo e outras modernidades afastam uns dos outros,  “juntos mas totalmente separados”. O que interessa para Deus é a proximidade de propósito e a unidade de vida.
Quantas vezes você já foi capaz de dizer “eu preciso de você!”. Qual foi a última vez que você disse isso para sua esposa, seu esposo, seus filhos, um irmão ou uma irmã na igreja?
 A quem você recorre nos momentos em que precisa de consolo?
Deus determinou que cuidássemos uns dos outros. Vemos, amplamente, por toda a Bíblia, instruções acerca do cuidado mútuo.
Nós nos consideramos tão autossuficientes, que não vemos no outro um ponto de apoio e refúgio nos momentos de necessidade. Elevamos o “eu” como detentor de razões e soluções. Tornamo-nos individualistas. Achamos que podemos sempre resolver nossos problemas com nossos próprios meios, como se fosse possível renunciar a ajuda das pessoas que estão ao nosso redor.

O que a pandemia Covid-19  está nos alertando e questionando?

Precisamos aprender e crescer junto aos outros  se quisermos fazer a vontade de Deus.
Não fique esperando que outros tomem atitude, mas busque antes se relacionar com o próximo, pois como sociedade e igreja precisamos uns dos outros. 
Ninguém pode saber tudo e estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Muitos dizem que não gostam de se envolver porque não suportam "gente falsa e mentirosa". Eu também não gosto disso, mas não posso me apoiar nessa desculpa e deixar de me relacionar.
Vivemos em uma época de mudanças tecnológicas e do avanço na comunicação por meio da internet. As pessoas nunca tiveram tanto acesso à informação como hoje mas ao mesmo tempo, elas nunca se sentiram tão sozinhas e perdidas.
Por quê? Porque os tempos podem mudar, o acesso à informação pode melhorar a rotina, mas os nossos conflitos internos serão sempre os mesmos.
Passamos por lutas, perdas e dificuldades, devemos então entender que o que irá nos ajudar a superar tais desafios é o nosso relacionamento com Deus e com as pessoas. 

A questão do bom relacionamento entre os seres humanos é algo que sempre preocupou a Deus.
Encontramos em sua Palavra inúmeros preceitos regulamentadores das relações entre as pessoas. Basta lembrar que os quatro primeiros dos dez mandamentos se referem à relação do homem com Deus e os outros seis mandamentos se referem à relação do homem com seu semelhante. (Deut. 5:7:21).

John MacArthur Jr. enumerou algumas atitudes, que são apontadas na Bíblia e que devem fazer parte de nosso dia a dia na igreja:

1. Confessarmos nossos pecados uns aos outros (Tg 5.16).
2. Edificarmos uns aos outros (1Ts 5.11; Rm 14.19).
3. Levarmos as cargas uns dos outros (Gl 6.2).
4. Orarmos uns pelos outros (Tg 5.16).
5. Sermos benevolentes uns para com os outros (Ef 4.32).
6. Sujeitarmo-nos uns aos outros (Ef 5.21).
7. Sermos hospitaleiros uns com os outros (1Pe 4.9).
8. Servirmos uns aos outros (Gl 5.13; 1Pe 4.10).
9. Consolarmos uns aos outros (1Ts 4.18; 5.11).
10. Corrigirmos uns aos outros (Gl 6.1).
11. Perdoarmos uns aos outros (2Co 2.7; Ef 4.32; Cl 3.13).
12. Admoestarmos uns aos outros (Rm 15.14; Cl 3.16).
13. Instruirmos uns aos outros (Cl 3.16).
14. Exortarmos uns aos outros (Hb 3.13; 10.25).
15. Amar uns aos outros (Rm 13.8; 1Ts 3.12; 4.9; 1Pe 1.22; 1Jo 3.11,23;4.7,11).


Precisamos redescobrir o quanto precisamos um dos outros e de Deus

CONCLUSÃO
O nosso sucesso e possibilidade de crescimento como discípulos de Jesus Cristo, no lar, na igreja, trabalho, escola e na vida de modo geral, dependerá de termos um bom relacionamento interpessoal. O cristão deve manter um bom relacionamento não apenas com os seus, mas também com os de fora. Uma boa família ou boa igreja é aquela em que seus membros sabem desenvolver relacionamentos sadios. As ideias expostas podem ajudar-nos se estivermos dispostos a procurar entendê-las e praticá-las. Peçamos ao Senhor que nos ajude nesse sentido.
O Amor é uma relação dinâmica e sociável. O Amor é uma relação ativa e de sacrifício.
O Amor é uma relação abrangente.



José Roberto Sylvestre


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