A Igreja de Portas Fechadas: o que é?
É o local onde há acepção de pessoas; onde os pastores, presbíteros (e outros cargos eclesiásticos) são mais importantes que as “ovelhas” (eles ainda não entenderam que as ovelhas não são deles, e que eles também são ovelhas); onde os irmãos dizimistas têm mais valor do que os que não dizimam; onde as pessoas engajadas ministerialmente (nas obras da igreja, e não na obra de Deus, aliás, muitos nem sabem o que é a obra de Deus segundo Jesus!) são mais reconhecidas do que aquelas “que ficam no banco”; e onde a retórica do “eu sou santo” tem mais valor do que o mandamento “ama o teu próximo”.
É um local onde os pastores ainda não compreenderam que não é o mundo que atrai as pessoas para fora, afinal, a própria palavra igreja, em seu sentido literal grego, significa “chamados para fora", mas sim que a igreja se tornou um ambiente tão desconfortável que, para quem não faz parte desse grupo restrito, estar “no mundo” parece melhor do que estar em uma igreja onde Deus não se assenta com o povo.
E isso nada tem a ver com estar “desviado”, pois há uma diferença abissal entre estar fora da presença de Deus e estar fora de um clube ou de um lugar tristemente pérfido, onde homens “corajosos”, divididos entre os “desprovidos de qualquer temor” e os “desprovidos de conhecimento da vontade de Deus”, chamam de “igreja”.
A verdadeira Igreja de Deus, invisível, incorruptível e indivisível, é santa e perfeita. Este lugar, porém, não é!
Ah, eu quase me esquecia: nas igrejas de portas fechadas existe ainda uma outra categoria de homens, os que têm algo a perder. São líderes que construíram sua vida sobre uma denominação, conquistaram cargos, status, dinheiro e segurança econômica (tudo o que o Homem que não tinha onde reclinar a cabeça jamais possuiu) e, agora, não conseguem romper com o sistema e seguir o Evangelho. Ter tudo isso tornou-se mais importante do que seguir plenamente a Deus.
Quem assistiu The Chosen viu a aflição de Nicodemos em querer seguir a Jesus, mas não poder, porque perderia tudo o que havia conquistado dentro da religião. Embora seja uma licença poética da série e não um fato histórico, ilustra perfeitamente o que quero dizer.
Essa reflexão não é pessoal, nem direcionada a qualquer pessoa específica. Contudo, meu amado irmão, pastor ou amigo que lê este texto (e alguns, eu sei, não irão gostar, pois se identificarão com ele), lembre-se da frase de Spurgeon:
“Naquele dia, milhares e milhares de pastores irão para o inferno, seguidos bem de perto por suas ovelhas — sim, ovelhas de homens, não de Deus.”
(Adoradores de homens que confessam Deus apenas com os lábios.)
E um detalhe: valorize as palavras de Spurgeon. “Ele foi um milagre de Deus!”, disse um pastor de uma tradicional e centenária denominação ainda esta semana. Ele concluiu que “apenas por uma ação miraculosa Spurgeon se converteu ouvindo o evangelho da boca de um leigo” (que, na verdade, era um diácono...). Esse é o nível que ouvidos ainda sãos têm que suportar. Se isso não faz diferença para você, ou não o incomoda, algo está errado, e certamente você não conhece bem ou não se importa com o que diz a Bíblia.
Portanto, cuidado: siga Aquele que você confessa. Se é apenas de lábios, que seja de agora em diante de coração!
E fica uma advertência: existe uma incompatibilidade entre seguir a Deus e Sua Palavra e seguir aos homens e à religião.
Você pertence a quem você segue: se segue a Deus, pertence a Deus. O “milagre Spurgeon” avisou:
“Se você segue aos homens, você pertence aos homens.”
Não deixe que sua igreja permaneça de portas fechadas, abra-as, para que os amados de Deus possam entrar!
( Jo 10:11-15, Mt 22:37, Jo 6;28, Mt 6:22, Jo 8:47, MT 7:24)
Paz e Bem, Deus abençoe a todos!
https://www.instagram.com/nelson_j_filho/Nelson Filho
Nenhum comentário:
Postar um comentário