Meu objetivo com este texto é falar àqueles que já são crentes e que não entendem bem suas privações e necessidades. Gostaria de dizer que existe um meio de você fortalecer-se para os dias ruins e saciar-se espiritualmente. Este meio é proporcionado por Jesus de forma clara através de sua Palavra e do conhecimento de sua Pessoa.
“31 Nossos pais comeram o maná no deserto, como está escrito: Do céu deu-lhes pão a comer.
32 Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo, não foi Moisés que vos deu o pão do céu, mas meu Pai vos dá o verdadeiro pão do céu.
33 Porque o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo.
34 Disseram-lhe, pois, Senhor, dá-nos sempre desse pão.
35 Declarou-lhes Jesus, Eu sou o pão da vida, aquele que vem a mim de modo algum terá fome e quem crê em mim jamais terá sede.” JOÃO 6
Nenhum milagre pode ser tão grande quanto a vida, Jesus apresenta-se como o milagre que mantém a vida, como o pão que desceu do céu. Precisamos entender o que Jesus estava dizendo àqueles homens de coração duro. Sua afirmação era que Deus forneceu aos seus antepassados o pão que os manteve vivos durante a jornada no deserto. Somente Deus poderia mantê-los vivos nas mais terríveis condições e salvá-los da fome com o pão que lhes fora dado em forma de maná.
Mas o que era o pão que Jesus apresentava diante daqueles homens?
O pão, desde aquela época, era um alimento vital para a sobrevivência humana, desde a Ásia ao Oriente Médio e à África. Embora alguns povos o preparem de formas diferentes, ele tem sido reconhecido há milênios como alimento capaz de nutrir e manter a vida do ser humano.
Por consequência, o que Jesus fez em primeiro lugar foi demonstrar àqueles homens a essência de seu propósito perfeito, o de manter aquilo que eles conheciam por vida e, em segundo lugar, dar a vida.
Obviamente eles não entenderam o sentido espiritual do que Jesus revelava, não podiam compreender como aquele homem seria o pão do céu e poderia dar-lhes vida física ou espiritual. Jesus havia feito duas afirmações conclusivas, que Ele dava a vida e que Ele mantinha a vida.
A revelação de Jesus, afirmando que poderia dar e manter vida ao mundo, foi de difícil compreensão para aquele povo. Se você ler todo o capítulo de João 6 verá homens discutindo entre si as afirmações de Jesus, palavras que mexeram profundamente com o íntimo de cada um. Travavam uma luta interior para não aceitar tais declarações, que tinham grande peso e exigiam mudanças. Infelizmente eles não estavam preparados para receber as boas novas e aplicá-las em benefício próprio. Surge então a questão, por que não conseguiram entender tal significado, mesmo tendo conhecimento prévio sobre Deus e sobre a vinda do Messias?
E por que não puderam reconhecer em Jesus o Filho de Deus?
Creio que estavam recebendo de seus líderes apenas promessas vazias, nada sólido, nenhum alimento com nutrientes suficientes para o desenvolvimento espiritual. Não puderam reconhecê-lo.
Não puderam acreditar que aquele homem era o mesmo de quem os profetas falaram e que aprenderam desde crianças, agora diante deles, afirmando autoridade sobre a vida e a morte e reivindicando seu lugar como Filho de Deus. Aqueles homens não reconheceram o milagre, não reconheceram o Pão da Vida. Tinham a perspectiva errada de quem deveria ser o Messias.
E o que acontece hoje em dia?
Tenho visto pessoas entrando nas igrejas a cada dia com um pedido de socorro na garganta, com fome de Jesus e sede da Palavra. Entretanto, o que elas têm recebido de seus pastores? Promessas vazias de um alimento que nunca chega. Promessas são boas para alimentar a fé enquanto se espera, mas quando a fome é grande essas promessas que nunca se concretizam apenas enganam por algum tempo.
“Mas o alimento sólido é para os adultos, os quais têm, pela prática, as faculdades exercitadas para discernir tanto o bem como o mal.” Hb 5:14
Essas pessoas que chegam às igrejas têm fome do Pão da Vida, têm necessidade de alimentos sólidos que possam nutrir seu crescimento espiritual. Também precisam saciar o vazio em seus estômagos espirituais. Chegam à casa de Deus cheias de esperança em ouvir uma mensagem vinda dos céus e recebem apenas um copo de água com açúcar. Ficam animadas naquele momento, mas quando chegam em casa a fome já voltou.
Esperam pela próxima oportunidade de se encontrar com o Senhor, na esperança de receber o alimento de que tanto precisam. O que geralmente acontece é que acabam frustradas tantas vezes com promessas vazias que logo o diabo fará uso do que não lhes foi oferecido, enfraquecendo-as ainda mais, até que desistam da vida cristã. Nunca souberam que Jesus se apresentou como o Pão da Vida, capaz de saciar completamente a mais profunda necessidade humana, não ouviram que Ele poderia aliviar sua sede espiritual ao ponto de não precisarem recorrer a mediadores da fé que vendem bênçãos a preços elevados.
Entregaram-se a falsos mestres que não conhecem verdadeiramente a essência do Evangelho, com seu poder infinito de transformação. Essas pessoas não conhecem e não conhecerão o sabor agradável dos deleites do trono do Senhor Jesus.
É triste, esses crentes não sabem disso porque nunca lhes foi dito, nunca lhes foi oferecido. Buscam a Deus mas não se alimentam de manjares espirituais, porque elas próprias servem de alimento a lobos que devoram sua gordura e se nutrem de sua carne até restarem apenas ossos.
Anos atrás dois rapazes vieram pedir-me oração por sua vida material, profissional e financeira. De pronto fiz a oração para que Deus lhes desse vitória nessas áreas. Contudo, quando terminei senti-me pesado. Isso me fez refletir e entender que eu não deveria ter feito aquela oração. Não porque não merecessem, mas porque precisavam de outra coisa, de um horizonte que somente Jesus poderia oferecer, não aquele que julgavam ser importante. Esses rapazes não estavam errados em suas necessidades, estavam apenas como os judeus da época de Jesus, com a perspectiva errada.
Quem lhes forneceu essas perspectivas se estão dentro da igreja?
O mundo, que agora está, pelo menos em parte, dentro da igreja. Temos trazido o mundo e suas concupiscências para dentro da igreja e esse movimento está mudando a perspectiva do Evangelho. Um supercarro, uma excelente casa, dinheiro, roupas caras, viagens, restaurantes, tudo que agrada à carne.
Mas e as consequências disso?
Depende do que eu busco e sou. Posso ser um hipócrita ganancioso interessado apenas em bênçãos materiais e, se for assim, bem feito para mim quando chegar o dia do acerto de contas.
Entretanto, na maior parte dos casos, as pessoas são enganadas por falsas promessas e apresentadas a um deus que não existe, gerando decepção que as afasta da possibilidade de viver uma vida plena.
Perspectiva errada do Evangelho, é uma frase que uso muito e há bastante tempo porque é o que mais observo. Essa falsa perspectiva causa muitos males, destacando dois, esfriar e desviar os crentes do verdadeiro objetivo, viver uma vida abundante em Cristo, alimentando-se do Pão da Vida que impede qualquer fome.
Quantas promessas, visões de bênçãos e maravilhas não se concretizam? Quantas palavras humanas lançadas por falsos profetas enganam os que precisam ouvir algo que realmente faça diferença?
Eles decepcionam e enganam por ganância, prometendo o que Deus não disse. Como Deus tratará disso é outro assunto. O que importa agora é o quanto tais mentiras são nocivas aos que estão carentes da verdadeira Palavra de Deus, carentes do Pão que dá vida.
Os que buscam regozijo e nutrição só encontrarão em Jesus, não há outra fonte. Tudo fora dEle e fora de suas palavras é tóxico e mata.
As tribulações não são totalmente ruins, elas dão ao homem sincero diante de Deus a possibilidade de enorme crescimento espiritual. O homem espiritual buscará coisas espirituais, imateriais. O homem material buscará sua matéria corruptível.
Os que estão com Deus pelo material não são Seus filhos, são homens que, como Judas, buscam trinta moedas. Os que se colocam em Seus braços certos de que nada merecem e que tudo é motivo de gratidão geralmente encontram Seu favor em qualquer circunstância.
Onde você quer estar quando sua vida terrena estiver terminando?
Alimentando-se do Pão da Vida, forte e lúcido, esperando o dia da glória, ou ainda velho em dias buscando alimentos que não sustentam?
O Pão que desceu do céu é uma realidade, não é fábula contada por um Galileu há dois mil anos. O Pão da Vida foi dado por Deus a todos nós para que tenhamos vida em abundância.
Não se deixe enganar pelas sutilezas do diabo que fazem duvidar do amor de Deus. Não se deixe enganar pelos que distorcem as palavras de Jesus. Entregue-se, alimente-se somente dEle, bebendo de sua fonte, praticando suas palavras e crendo que não há nada mais saudável e vivificante do que uma vida com Ele. O Pão da Vida é para mim, para você, para nós. Aceite esse alimento que Deus proporcionou e viva abundantemente.
Que Deus nos conceda a oportunidade de encontrar nossas vidas em Jesus, Aquele que nos sustentará até o fim dos séculos para honra e glória do Senhor.

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